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Lula sanciona medida que extingue o DPVAT e cancela seguro obrigatório

Política

Medida foi elaborada pelo governo e faz parte do pacote fiscal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou, nesta terça-feira (31), o fim do DPVAT, o Seguro de Danos Pessoais Causados ​​por Veículos Automotores de Via Terrestre, conhecido como seguro obrigatório para vítimas de acidentes de trânsito. A extinção do seguro foi consolidada por meio de uma lei aprovada no Congresso, que faz parte das propostas de ajuste fiscal promovidas pelo governo.

A proposta inicial da Lei Complementar visava limitar a concessão de novos benefícios fiscais em situações de déficit orçamentário. Durante a tramitação no Congresso Nacional, no entanto, foi incluído um adendo que impedia a recriação do DPVAT, proposta em um texto anterior sancionado pelo próprio presidente Lula.

O histórico do DPVAT tem sido marcado por mudanças nos últimos anos. Em 2020, durante o governo de Jair Bolsonaro, a segurança foi abolida por meio de uma medida provisória posteriormente validada pelo Legislativo. Em maio deste ano, porém, foi sancionada uma legislação que prevê a recriação do seguro, batizada de SPVAT, que seria implantada a partir de 2025.

No entanto, a lei sancionada agora anula essa tentativa de reintrodução. Com isso, o DPVAT será extinto, e nenhuma cobrança relacionada ao novo modelo de seguro obrigatório será feita nos próximos anos.

Sem o SPVAT, que estava previsto para entrar em vigor no início de 2025, as vítimas de acidentes de trânsito terão acesso automático à indenização. Esse cenário reforça a necessidade de seguros privados que incluam cláusulas para danos a terceiros. Nos casos em que tal cobertura não exista, as vítimas podem recorrer ao Judiciário, buscando indenização contra os responsáveis ​​pelos danos. Dessa forma, aqueles que não possuem seguro específico ficarão sem a proteção financeira garantida anteriormente.

Embora o Palácio do Planalto tenha sido articulado pela volta do seguro em outros benefícios, a extensão foi aceita pelo núcleo político do governo. O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado e relator da medida, manteve o dispositivo que encerra o DPVAT, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, declarou que a administração federal apoiava a decisão.

Por outro lado, membros da equipe econômica do governo demonstraram insatisfação com a aprovação do dispositivo e criticaram a pressão exercida pelos parlamentares para inviabilizar a recriação do seguro.

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